Qual é, na verdade, o maior erro do amor improvável? É a esperança onírica. É essa certeza tão improvável quanto concreta de um futuro, um dentre muitos. O aspecto perene do vislumbre: uma possibilidade sem dúvida.
Como se colhesse favas,
Apreendo teus pequenos gestos
Quando perdes em minhas mãos
Os teus olhos.
O horizonte é grande,
Nele está o teu olhar com as chamas da manhã ou do fim do dia,
E os meus olhos estão em ti.
Não há paisagem que eu queira ver sem tua presença,
E, no caminho para casa, sorrio para o nada
Porque dividimos o teto do mundo.
Quanta solidão banha meus primeiros versos: és apenas um sonho.
Nada mais desgastante do que o amor: lembrança onírica do inaudito e não vivido, uma quimera.